27 de novembro de 2017

Vontade de ver (dade)

Acordei diferente, com vontade de me olhar no espelho pra sorrir. Querendo ver minha beleza, minha força e principalmente, ver minha capacidade total de me empoderar de tudo que sou, de tudo que ainda posso ser. Levantei me amando, sabe?

Querendo me cuidar, brilhar minha luz, viver meu amor, viver meu poder. Sem desculpas, sem deixar pra segunda-feira, pra 2018, 2030, pra quando o mercado de trabalho tiver aquecido. Quem tem que estar aquecido sou eu, porra! Quem tem que tá vibrando sou eu e desejo que o mundo me acompanhe, mas se não rolar, eu é que não vou parar pra ficar assistindo! Eu nasci pro movimento, pra expansão.   Não quero o epitáfio “Ela queria ser mais”, quero “ela foi tudo que queria ser”.

 O único momento certo pra gente abrir os olhos de ver(dade) é agora, porque viver com o autoengano de ser pequeno, poxa, daí eu deprimo, eu murcho, eu me isolo, morro antes de morrer.

O meu eu verdadeiro tá comigo e muitas vezes preso aqui dentro, louco de vontade de existir, gritando pra viver e eu não escuto, não deixo e falo pra ele: “relaxa, deixa pra depois, tu não consegue, vai ser difícil, não vale a pena, fica na tua”. E, meu, sempre vale a pena ser você, mesmo se tu errar, tu te escutou, tu te permitiu e isso é lindo, isso é poder, é ser quem você é.

E se eu cair?! Eu me levanto, com um baita orgulho de tentar, viver, experimentar. E em cada passo eu lembro: não tenho NADA a perder e saber disso me empodera. "Tudo que é meu, é meu". Meu poder de sentir, de transformar e amar cada vez mais profundo.

"Basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo, vai. Tente outra vez"

Dez/2016 - #Poder

13 de novembro de 2012

T-E-M-P-O


Conclusão mais óbvia do século: todos estamos sempre sem tempo!
Me pergunto então por que tantos perdem tantas horas em coisas que envolvem tão pouco amor. 


Somos apaixonados por personalidades que não conhecemos e por lugares que nunca estivemos e resta pouco para nos encantarmos com o que está ao nosso redor. Perdão, mas não conseguir ver todas qualidades do que nos rodeia é como viver usando óculos com o grau errado. Temos a impressão de que temos uma boa visão, porém não sabemos o que estamos perdendo até colocar o óculos certo. A solução é simples, é só marcar a consulta e torcer para que o oftalmologista consiga fazer o ajuste!

Buscamos tanto o sentido da vida e não percebemos que não existe a pergunta e sim o objetivo de "dar sentido à vida", essa é a grande questão. É importante construir elos - de preferência que os mais fortes deles sejam com nossos princípios - e, como numa prova de direito, nos perguntarmos: "Qual dos meus princípios devo aplicar aqui?". Outra tarefa importante é a de explorar a vida, suas potencialidades, as oportunidades e verificar o quanto isso vai convergir para um autoconhecimento prazeroso.

Como disse um professor meu, dar sentido à vida é colorir, buscando alegria, sabendo que a tristeza faz parte! Não perder o "time", fazer o que queremos na hora certa, dar aquele abraço, aquele consolo, aquela palavra de apoio. Repetindo, mas, o 'na hora certa' é o segredo de tudo, o adiamento é desnecessário. A única certeza que temos na vida é que teremos um conjunto de perdas, ganhos não são garantidos. Contudo, com o óculos certo, garanto que há mais probabilidades que consigamos um saldo positivo.

Tempo, esse que passa correndo, se houvesse um modo de pausar apenas por um instante, garanto que ao sorrirmos, perceberíamos ele nos sorrindo de volta. Se algo tem de ficar estático, que sejam nossas desculpas e reclamações. Então, o que fazer para aproveitar os momentos? Viver o agora sabendo valorizar os pequenos prazeres... usando o óculos com o grau certo, simples assim.

19 de julho de 2011

Inverno...



Os 5ºC me aquecendo!

Não gosto da distância do verão. "Fica mais longe, não vê que tá quente aqui?" "Tu tá todo suado! Vai tomar banho primeiro!" A multidão, naquele insuportável calor, fica reclusa de contato, aceita só o individual. O abanar do leque, o ventilador... O ar-condicionado é o único prazeroso, é quando o frio é mais valorizado, mas temo que é somente porque o bolso sente também. Ao contrário do que pensam, adoro o calor. Só não quero que ele seja tão terceirizado por fenômenos físicos.

Gosto do calor agradável do inverno. Hoje sentei mais junto, ganhei mãos, pernas e braços. E quantos demorados abraços! Ao estudar física percebi, que errôneos, tentamos equilibrar corpos ambos gelados. Dividimos frio, só pelo prazer de estar junto? Não! Isolamos o corpo do outro da solidão, do abandono, da vastidão, para dar o nosso, tão completo que se completa também no outro. Compartilhei o brigadeiro de panela à quatre. Um cachecol à trois (acreditem). E à deux... É, enfim, todos nos doamos mais.

Quanta aproximação. No shopping, inúmeros casais, não juntos, enlaçados. Nada do elo dos dedos, somente o emoldurar dos braços em que dois são um.O triste era encarar a saída. A vastidão do espaço vazio entre nós e os outros. E ainda há teorias dizendo que há mais pessoas que espaço. Falta pessoas, falta calor, falta carinho, mas não espaço.
E é hora de tentar ajudar a tantos que por aí andam passando frio. Minha tia mesmo, essa semana, deu um de seus cobertores para um casal de rua. Tanto agradeceram, ela ficou tão feliz que até planejou comprar um segundo cobertor a eles no próximo mês.
As notícias são boas, temperaturas baixas durante um longo tempo. Ainda podemos aproveitar o carinho que não precisa de grande justificativa... Momentos para chás, cafés, chimarrão. Menos movimento, tanta companhia.
Tia Lélia acabou de me ligar. Disse que viu uma fumaceira vindo do local onde o casal, que outrora ela tinha visitado, ficava. Preocupada, foi vê-los. Estavam bem, rindo, reunidos em volta de uma fogueira. Os dois trêmulos... Roubaram o cobertor - pensou. Aproximou-se, e conseguiu avistar o cobertor os aquecendo de uma maneira inusitada. Queimando, transformado-se em cinzas. Seu cobertor gerando aquecimento instantâneo e não duradouro. Não, não foi nem susto, foi incredulidade, até para mim.



1 de janeiro de 2011

Roxão

Rumo ao escritório. Lotado trem das 7hs20.
E tem que ser o desse horário. Cinco minutos antes é cedo... Não troco um pouco da companhia de minha cama e cobertas pela conversa desnecessária antes do bater do cartão. Cinco minutos depois já é tarde. Chegar um tempo depois faz-me alguém infiel. Não à empresa, ou ao meu patrão, mas aos meus princípios. Gosto de agradar a todos, porém minhas obrigações só as que eu mesmo me imponho.

Hoje de madrugada, o temporal que deixou mais de 120 mil pessoas sem luz, pela manhã me presenteou com outros estragos. Levantei com a coragem de um herói, e fui desbravar o dia que amanheceu ainda escuro... triste.

Saí mais cedo, contrariando todas minhas expectativas. Tentei chamar o elevador e quando esse me recusou, olhei ao lado e a porta da escadaria me fazia um convite. Meus 12 andares que sempre me deram a esplendorosa visão, hoje, vejo - traidores! - não me falaram dessas entrelinhas do contrato. Desci cuidadosamente apressada, escorreguei numa poça - tudo doeu, mas tive um alívio nunca sentido antes. Escuridão. Nunca antes pude cair no anonimato, sem ter que olhar para os lados para me certificar que ninguém viu.

Corri à estação. O incomum povoamento me assustou. O trem chegando, aquela multidão apertada... e 7h20. Nem pensei se cabia ou não, me meti. Entre o trem havia espaço suficiente, contudo, perto da porta havia uma aglomeração inexplicável. Uma baixinha no meio, quase sumindo em altura, engrandecendo com a voz. Não vi nada além de seu cabelo. Ouvi logo a teoria que me fez entender algumas de minhas dúvidas.

"Ninguém gosta de ficar no meio no inverno. O interessante são as portas. Aquela esfregação! Corpo nos corpos. Minha perna na dele, o braço daquele no meu, os peitos dela nas costas dele. Acham que eu não sei? E além disso há os olhos, ah! incansáveis... Você olha olha e, de repente, há algum que se encontra toda hora com os seus. Em suma, diversão, em que só os olhos são criteriosos, enquanto o resto do corpo aproveita os toques."

Cheguei no trabalho. Um dia totalmente diferente, porém fiel. O mesmo horário! Mas algo estranho... minha mão direita com mais cor que o normal. Ela bonita e inchada. Lembrei, foi o baque de meu tombo! Ninguém nunca deve ter reparado na beleza das inúmeras cores depois da batida, não é? O famoso "roxão" que é na verdade um lindo arco-íris de cores escuras.

12/07/10

31 de outubro de 2010

Tensão

Adoro a aderência das gotas, a unidade que formam quando caem.
É encantador, elas não querem se separar, lutam para estarem juntas.
Demócrito entenderia?

Naquele copo - quase transbordando - uma gota antes de cair diz às outras:
-'Não! vou fazer de tudo para ficar aqui com vocês!'
E ainda chamam de tensão superficial?
Tensão não... amor excessivo.

10 de julho de 2010

Escola...


SOLDADOS

Ah, a escola! Aquela megera me suga. Minha cabeça leve - e aliás, já formada - quando passa por lá... Que peso! quase paro de tanta memória que chega sem avisar.

Primeiro só vem a lembrança dos soldados nada leais, uniformizados por vontade sincera - dos pais, é claro. Depois eles entram em ação, com toda informal postura, principalmente nas segundas! é aquele sono que se mistura com euforia de contar as novidades do final de semana.

Depois... aula! Não lembro de professores... porém lembro - e muito bem - de inúmeros papéis que passeavam felizes e fofoqueiros pela sala. E enfim, o cheiro de pipoca da Tia Zefa que avisava nossos ansiosos corações que logo sorriríamos com o sinal do momento de nosso paraíso de quinze minutos. E era lá onde eu era realmente feliz, não havia o marasmo da entrada, nem a pressa da saída, havia repouso e conforto. Confissões, brincadeiras, desabafos, nada longo pra ser cansativo, nada tão resumido, tudo tendo sua medida exata do 1/4 de hora.

Último período! Que saco! Eu já queria estar em casa... Mas lá estava o professor falando para uma turma que doava olhares: para os relógios, celulares, para o teto e paredes. E alguns, voltados a ele, incomodavam ainda mais, o olhando como se não estivesse lá. Ele era apenas um ponto de repouso dos olhos para que a mente pudesse viajar.

E viajávamos até o último sinal, esse de liberdade, que avisava que o dia depois iria apenas começar. E de segunda à sexta o mesmo ritual. Tanta vivência, e, concomitantemente, tanto a viver. Nós, crianças, tão adultos.

12/07/10

2 de fevereiro de 2010

Sincera?

Verdadeira, mas na literatura não combina comigo ser fiel às histórias.
Adoro hipérboles. Exagero, profundidade!

Não sei dizer o que sinto...
Escritor deve ser o que é menos fiel ao que sente.
Ele se esconde atrás de desejos - disfarçados nas letras.
É um silenciar que vai pelos dedos e, depois grita, eternizado no papel.

Até consigo me expressar - um pouco - escrevendo...
Mas, até hoje não sei,
como tão objetiva com as letras,
se me embaralho tanto nos sons?

1 de setembro de 2009

Prazer, eu.



Adoro sair de uma conversa com um sorriso no rosto, sempre! adoro pessoas, jeitos, sorrisos, abraços - muitos, aliás! Adoro covalentes ligações - moleculares - e a palavra-chave delas: compartilhar! Precisávamos mais delas! Compartilhar alegrias, afeto, amor. Isso faz tanta falta.

Por isso adoro seguir as leis físicas, principalmente as do equilíbrio térmico, quem tem mais calor cede pra quem tem menos... Claro! Por que não? É tão bom passar um pouco de minhas alegrias, ou ouvir alguém empolgado com um projeto (não há como não se animar por difusão facilitada). Se soubéssemos equilibrar mais, quantas dores deixariam se ser vividas como explosões? Não quero guerra (até aceito discussões, especialmente aquelas que acabam com aquele abraço doce e forte que, embora não confessado, queria ser dado há um bom tempo), é só afeto que carecemos, não entendo porque ninguém vê isso.

Não economizo sentimentos, frases, falas, muito menos carinho. Pra mim, tudo são hipérboles, exageros bons, se bem utilizados. Só aceito emoções assumidas, usar 'mais ou menos' só na fórmula do filósofo Bháskara.Ou gosto, ou não. Melhor assim, ficar em cima do muro pode ser cômodo, mas ninguém alertou da monotonia e do cansaço de lá? É melhor optar, estar com quem queremos, com todas imperfeições, detalhes. Quero me sentir completa, e pra isso não preciso de tudo, ninguém se sente completo com tudo, no máximo fica perdido.

O que mais me incomoda são as fronteiras, no saber, no dividir, no aprender, na compreensão, e principalmente no amor. Pra quê tanto individualismo, é medo? Deve-se ter medo sim, mas apenas de nós mesmos e do quanto ainda nos privaremos e nos limitaremos. Começa-se a viver apenas quando há a descoberta que nosso único abismo está em nós!


11/set/2010