19 de julho de 2011

Inverno...



Os 5ºC me aquecendo!

Não gosto da distância do verão. "Fica mais longe, não vê que tá quente aqui?" "Tu tá todo suado! Vai tomar banho primeiro!" A multidão, naquele insuportável calor, fica reclusa de contato, aceita só o individual. O abanar do leque, o ventilador... O ar-condicionado é o único prazeroso, é quando o frio é mais valorizado, mas temo que é somente porque o bolso sente também. Ao contrário do que pensam, adoro o calor. Só não quero que ele seja tão terceirizado por fenômenos físicos.

Gosto do calor agradável do inverno. Hoje sentei mais junto, ganhei mãos, pernas e braços. E quantos demorados abraços! Ao estudar física percebi, que errôneos, tentamos equilibrar corpos ambos gelados. Dividimos frio, só pelo prazer de estar junto? Não! Isolamos o corpo do outro da solidão, do abandono, da vastidão, para dar o nosso, tão completo que se completa também no outro. Compartilhei o brigadeiro de panela à quatre. Um cachecol à trois (acreditem). E à deux... É, enfim, todos nos doamos mais.

Quanta aproximação. No shopping, inúmeros casais, não juntos, enlaçados. Nada do elo dos dedos, somente o emoldurar dos braços em que dois são um.O triste era encarar a saída. A vastidão do espaço vazio entre nós e os outros. E ainda há teorias dizendo que há mais pessoas que espaço. Falta pessoas, falta calor, falta carinho, mas não espaço.
E é hora de tentar ajudar a tantos que por aí andam passando frio. Minha tia mesmo, essa semana, deu um de seus cobertores para um casal de rua. Tanto agradeceram, ela ficou tão feliz que até planejou comprar um segundo cobertor a eles no próximo mês.
As notícias são boas, temperaturas baixas durante um longo tempo. Ainda podemos aproveitar o carinho que não precisa de grande justificativa... Momentos para chás, cafés, chimarrão. Menos movimento, tanta companhia.
Tia Lélia acabou de me ligar. Disse que viu uma fumaceira vindo do local onde o casal, que outrora ela tinha visitado, ficava. Preocupada, foi vê-los. Estavam bem, rindo, reunidos em volta de uma fogueira. Os dois trêmulos... Roubaram o cobertor - pensou. Aproximou-se, e conseguiu avistar o cobertor os aquecendo de uma maneira inusitada. Queimando, transformado-se em cinzas. Seu cobertor gerando aquecimento instantâneo e não duradouro. Não, não foi nem susto, foi incredulidade, até para mim.



5 comentários:

  1. Bah Bibi,mas num dia tu te puxou tanto hein!
    O frio que eu sinto nem foi tão aparente pelo calor da tua intimidade com as palavras!
    Me parece q tu nasceu pra escrever!
    Adorei mesmo,acho q me tornarei um fã desse blog!
    beijão morena!

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  2. O inverno tem disso mesmo..
    O calor humano prevalece, a proximidade, o aconchego!
    Adorei!
    ;D

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  3. Aiii q texto liindo Bibianeee
    eu ameeeeiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Beijoooss

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  4. O frio é melhor! Calor só se for humano! Que lindo isso! Como já dizia Cazuza, "só se for à dois", tô te seguindo sem sombra de dúvidas!

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